Na primeira luta do Card principal, os pesos galo Miguel Torres e Antonio Banuelos faziam sua estréia no UFC após migrarem do extinto WEC. Banuelos tentava entrar no raio de ação de Torres, porém sem sucesso, o mexicano conseguia muito bem acertar Banuelos com jabs e diretos, aproveitando sua maior estatura. Não foi um show de luta, como o público gosta, mas Torres fez o que tinha que fazer para vencer a sua primeira luta no UFC por decisão unânime (30 - 27 nos três assaltos).
Na segunda luta, foi a vez do brasileiro Carlos Eduardo Rocha, o "Ta Danado", fazer sua segunda luta no UFC (havia finalizado Kris McCray no UFC 122), encarando a pedreira Jake Ellenberger (cartel de 23-5 no MMA). Ta Danado foi melhor no primeiro assalto, levou o gringo pro chão, tentou de todas as formas finalizá-lo, mas aos poucos foi perdendo gás e não conseguiu segurar Ellenberger por muito tempo, chegou a pegar as costas e tentar uma kimura, sem sucesso. No segundo e terceiro assalto, o Americano conseguiu defender as quedas que Carlos Eduardo tentava aplicar e se deu melhor na trocação, o que foi suficiente para vencer por decisão dividia e emplacar 24-5(um dos árbitros deu 30-27 para o brasileiro, mas não o impediu que fosse derrotado).
O clima começava a esquentar no Mandalay Bay, Ryan Bader e Jon Jones estavam prontos para a luta. Bader vinha de nocaute em cima do Antônio Rogério "Minotouro" Nogueira, enquanto o Bones, uma das maiores promessas atuais dos meio pesados, também vinha de nocaute, agora sobre o veterano Bielorrusso Vladimir Matyushenko. Apesar de na teoria Bader ter um wrestling superior ao de seu oponente não conseguiu aplicar nenhuma queda, pelo contrário, foi dominado no primeiro assalto, quedado no segundo e de 'brinde' ainda ganhou uma guilhotina para bater e decretar a vitória a Jon Jones aos 4:20. Após ser anunciado como vitorioso, Joe Rogan, comentarista do UFC foi ao octógono entrevistá-lo e relevou a todos o que Bones teria pela frente: escalado para o UFC 128 (19 de março de 2011), para substituir o lesionado Rashad Evans e disputar o tão sonhado cinturão dos meio pesados contra o brasileiro Maurício 'Shogun' Rua. Jon Jones merece, e minha opinião sobre isso é: não duvido que ele leve a cinta.
Havia então chegado a hora do ex-campeões Forrest Griffin e Rich Franklin entrarem no octógono para disputar o co main event. A plateia esperava mais dessa luta, Griffin dominou os três rounds, tanto no solo quanto na trocação, e mais do que merecido levou o combate por decisão unânime. Possivelmente (dependendo do tempo de recuperação de Rashad Evans), entra como contender para disputa de cinturão, deverá enfrentar o vencedor de Shogun x Jon Jones.
Público em êxtase, as luzes se apagam em Las Vegas, como diria Bruce Buffer: chegou a hora que todos os fãs do UFC estavam esperando, Anderson Silva, o maior lutador de todos os tempos, enfrentaria Vitor Belfort. Um clima de tensão muito grande antecedeu os dias da luta, coletiva de imprensa, pesagem, alfinetadas, o clima definitivamente era de guerra entre os dois. Vitor Belfort teria dito que o Spider era mascarado, o que fez com que o mesmo levasse uma máscara para pesagem e encarasse Vitor de modo que ele parecia totalmente acoado, talvez prevendo que 16 meses sem uma luta faria com que ele não durasse muito tempo em pé. Parte da imprensa apontava o Fenômeno (modo como Vitor passou a ser chamado após, aos 19 anos, conquistar o cinturão dos pesos pesados do UFC), como o adversário mais duro que a Aranha poderia enfrentar. Ao certo, ninguém sabia o que esperar, só não sabia que seria como foi.
Mario Yamasaki, brasileiro, foi o árbitro escolhido para o combate, pergunta se os dois guerreiros estão prontos e então entoa: "Então vamos para a briga". Briga? Teve Briga? Dana White deve estar com o sorriso de orelha a orelha, nunca uma luta custou tão cara para o público, quem comprou PPV, quem foi a arena, queria ter visto o que viu? Talvez... Ambos se estudaram muito, e o primeiro contato entre os dois ocorreu com mais de 2 minutos de luta, Belfort acertou um chute na perna de Anderson. Um pouco mais de estudo, entram no clinch, os dois vão para o chão, rapidamente estão de pé de novo e parecia que as coisas iam começar a esquentar no Mandalay Bay, a não ser por um motivo. Estamos falando de Anderson Silva. Ninguém nunca sabe o que pode acontecer numa luta do melhor do mundo. Se nós, que estamos aqui fora roendo as unhas vendo um combate, eu só sei de uma coisa, eu não queria ser Vitor Belfort. Nem o mais pessimista dos pessimistas não havia pensado na possibilidade de um pisão frontal do Spider, furar a guarda de Belfort e acertar em cheio seu queixo. Pernas bambas, costas na lona, a reação do Anderson foi estranha, nem ele acreditou que havia acabado com seu oponente em tão pouco tempo, demorou para ir pra cima, dar dois socos no rosto totalmente aberto e ser interceptado por Mario Yamasaki, decretando o final do combate, e decretando que hoje, não há ninguém que chegue perto de poder arranhar sua luta. Quarta-feira antes da luta, tivemos a coletiva de imprensa oficial do UFC, Anderson Silva classificou a luta como algo que seria "Engraçado". E não é que de fato foi? E essa história de Luta do Século? A resposta...quem sabe é o Spider: "Seria eu, contra meu clone.".
UFC 127 - Penn Vs Fitch - Dia 27 de Fevereiro, na Acer Arena, em Sidney, Austrália.
